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Frio impulsiona colheita de tangerina no Rio Grande do Sul

Produção de citros deve crescer 15,4% no Estado, com destaque para a variedade Bergamota Montenegrina

05.06.2025 | 14:10 (UTC -3)

Adriane Bertoglio Rodrigues, edição Revista Cultivar

Com a chegada do frio, teve início no Rio Grande do Sul a colheita de tangerinas - fruta conhecida regionalmente como bergamota. A expectativa da Emater/RS é que o Estado colha cerca de 450 mil toneladas de tangerinas, laranjas e limões, um aumento de 15,4% em relação à safra ada, que foi prejudicada pelas chuvas intensas de maio de 2024.

Mais de 10 mil famílias gaúchas estão envolvidas na produção de citros, que ocupa 25 mil hectares no Estado. No último dia 23 de maio, o município de Montenegro, no Vale do Caí, sediou a 25ª Abertura Estadual da Safra de Citros, evento que marca oficialmente o início das colheitas.

Entre as variedades produzidas, a Bergamota Montenegrina se destaca pelo sabor adocicado e aroma característico. Descoberta na década de 1940 por um agricultor local, a variedade responde por 33% da produção de citros no Estado. Só em Montenegro, a previsão é colher 60 mil toneladas da fruta, além de 5,5 mil toneladas de laranjas e 400 de limões.

Segundo Luisa Leupolt Campos, extensionista rural da Emater/RS, o frio favorece a coloração e o sabor das frutas cítricas. “A cultura se beneficia da amplitude térmica e de um número mínimo de horas de frio”, explica. Ainda assim, ela alerta para os riscos de doenças e pragas em períodos muito úmidos, como o Greening (HLB), uma doença bacteriana transmitida pelo psilídeo asiático que afeta severamente os pomares.

Para mitigar esses riscos, a Emater recomenda o uso de plantas de cobertura, que ajudam na conservação do solo, controle de pragas, redução de insumos e melhoria da fertilidade. Também são incentivadas práticas como a correção do solo, a instalação de sistemas de irrigação e a construção de microaçudes, que contribuem para a sustentabilidade da atividade.

A tangerina tem forte presença no dia a dia dos gaúchos, sendo consumida fresca ou em receitas típicas da região. A valorização da produção local reforça a tradição ada entre gerações e impulsiona a economia de municípios produtores como Montenegro.